Alexandre, filme de Oliver Stone, e Kindred, livro de Octavia E. Butler
Bruno Fontenelle e Katryn Rocha
Alexandre, filme de Oliver Stone
Isn't it a lovely thing to live with great courage and to die leaving an everlasting fame? Come, Macedonians, why do you retreat? Do you want to live forever?
Alexandre, filme dirigido por Oliver Stone, é uma impactante reconstituição visual das grandiosas conquistas de Alexandre, o Grande. Stone mergulha na vida e nas batalhas desse lendário líder militar da Grécia Antiga, oferecendo uma narrativa épica que cativa o público.
Uma das maiores qualidades do filme é a sua abordagem ousada. Stone não tem medo de explorar os aspectos controversos da vida de Alexandre, retratando suas complexidades como líder e suas lutas pessoais. Isso acrescenta uma camada de profundidade aos personagens, tornando-os mais humanos e interessantes.
O elenco talentoso também merece destaque. Colin Farrell entrega atuação arrebatadora como Alexandre, capturando sua determinação e ambição de forma convincente. Sua presença em tela é magnética, mantendo o público envolvido e investido na jornada do protagonista. As performances de Angelina Jolie, como a mãe de Alexandre, e de Jared Leto, como seu amigo próximo, também são impressionantes, adicionando dimensão emocional importante à história.
A direção impactante de Oliver Stone transporta o espectador para a Grécia Antiga de maneira vívida. As cenas de batalha são coreografadas com maestria, capturando o caos e a grandiosidade das conquistas militares de Alexandre. Além disso, os cenários e figurinos ricamente detalhados contribuem para a imersão na história. A trilha sonora envolvente intensifica as emoções e o impacto das cenas, complementando perfeitamente o tom épico do filme.
Em resumo, Alexandre é uma obra cinematográfica visualmente deslumbrante que retrata de forma impressionante as vitórias dos exércitos de Alexandre, o Grande. Com abordagem corajosa, performances poderosas e direção que transporta o público para um passado fascinante, o filme oferece experiência emocionante e envolvente para os fãs de história e épicas militares. Uma obra que merece ser apreciada por sua ambição e sua capacidade de transportar o espectador para uma era de grandeza e conquistas.
O filme está disponível na plataforma HBO Max.
Bruno Fontenelle
Advogado da Equipe de Direito Administrativo e Regulatório do VLF Advogados
Kindred, livro de Octavia E. Butler
Em Kindred, publicado pela primeira vez em 1979, acompanhamos Dana, em seu aniversário de vinte e seis anos, e seu marido durante a mudança para um novo apartamento. Em meio a pilhas de livros e caixas abertas, ela começa a ficar nauseada, cai de joelhos e, então, o mundo se despedaça.
Dana, então, se encontra à beira de uma floresta, próxima a um rio e um menino, chamado Rufus, está se afogando e ela corre para salvá-lo. Mas, assim que o arrasta para fora da água, vê-se diante do cano de uma antiga espingarda e em um piscar de olhos, ela está de volta a seu novo apartamento, no século XX, completamente encharcada e essa é, possivelmente, a experiência mais aterrorizante de sua vida.
Até que ela viaja no tempo de novo. E de novo. E de novo. E quanto mais tempo passa no século XIX, numa Maryland pré-Guerra Civil – lugar perigoso para uma mulher negra, para dizer o mínimo –, mais consciente Dana fica de que sua vida pode acabar antes mesmo de ter começado.
Dana rapidamente percebe que Rufus é um de seus ancestrais, mencionado na Bíblia da família, e, de alguma forma, eles estão conectados ao longo do tempo porque são parentes. Para garantir seu próprio futuro, Dana deve manter Rufus vivo até que ele tenha filhos que algum dia serão a linhagem familiar de Dana. Infelizmente, Rufus se mete em muitos problemas.
Ao longo dos anos, Dana observa Rufus crescer e tornar-se um proprietário de escravos ao herdar a plantação de seu pai. Ela tenta o seu melhor para influenciar o desenvolvimento de Rufus, mas é possível superar a venenosa instituição da escravidão?
Escrito por Octávia E. Butler, uma das mais aclamadas autoras de ficção científica e um dos nomes mais fortes quando se fala em afrofuturismo, o romance é uma poderosa metáfora da experiência afro-americana moderna e da experiência americana em geral.
Podemos ser embalados pela sensação de que avançamos e de que progredimos como sociedade, mas, a qualquer momento, podemos ser puxados de volta ao passado e lembrados de onde viemos. Essa herança de escravidão, exploração e racismo é parte integrante da identidade americana (não só estadunidense, mas do continente americano de norte a sul). E, assim como Dana, devemos estar constantemente em guarda, bem equipados e prontos para ser arrancados de nossa existência supostamente moderna e iluminada para lidar com as partes mais feias de nossa sociedade.
Katryn Rocha
Auxiliar de Comunicação do VLF Advogados